O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o sistema judiciário brasileiro ao tratar de sua inelegibilidade determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista à Revista Veja, ele reiterou sua posição de que é candidato ao Palácio do Planalto em 2026 à revelia da decisão.
Bolsonaro questionou a motivação das duas condenações na Justiça Eleitoral que impedem o ex-presidente de concorrer em eleições até 2030. A primeira pena foi determinada em junho de 2023, quando o TSE o considerou culpado por abuso de poder e uso indevido de meios de comunicação em uma reunião com embaixadores em 2022, ano em que ainda era chefe do Executivo. Na ocasião, diante dos representantes internacionais, ele apresentou ataques ao sistema eleitoral brasileiro sem citar nenhuma prova.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
A segunda condenação veio no mesmo ano e foi determinada por abuso de poder político. O caso avaliado pelo TSE desta vez foi a utilização dos desfiles em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil para fins eleitorais, em meio à campanha de 2022.
“Se eu continuar inelegível, não acredito mais na democracia, acabou a democracia. Inelegível por causa disso? Não vou nem me comparar ao Lula porque com ele é uma questão de bandidagem. Tiraram o cara da cadeia e depois anularam os processos dele”, reclamou.
Ao longo da entrevista, Bolsonaro também questionou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre a manutenção da apreensão do passaporte do ex-presidente.
Diante da medida, o ex-presidente brasileiro está impedido de viajar aos Estados Unidos para acompanhar a posse de Donald Trump na próxima segunda (20/1). Bolsonaro ainda lamentou que sua esposa, Michelle, viajará sozinha para Washington.