Neste domingo (26), a Colômbia anunciou que barrou a entrada de aviões militares dos Estados Unidos com migrantes deportados. O presidente colombiano, Gustavo Petro, utilizou a rede social X para afirmar que seus cidadãos devem ser tratados com "dignidade".
“Um migrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece. É por isso que mandei devolver os aviões militares dos EUA que vieram com migrantes colombianos”, escreveu o mandatário.
Petro não especificou quantos voos planejavam aterrissar em território colombiano e nem quantas pessoas eram transportadas.
O presidente da Colômbia completou: “não posso obrigar os migrantes a permanecer num país que não os quer, mas se esse país os devolver, deverá ser com dignidade e respeito por eles e pelo nosso país. Nos aviões civis, sem sermos tratados como criminosos, receberemos os nossos compatriotas”, publicou.
Segundo a AFP, uma fonte da presidência colombiana disse que os Estados Unidos não realizaram o "devido processo que é seguido nesses casos entre os países". Além de existirem, de acordo com o informante da AFP, exigências que o governo norte-americano não cumpriu.
Desde a posse de Donald Trump, em 20 de janeiro, os EUA ainda não haviam deportado migrantes irregulares para o país colombiano.
Informações da AFP apontam que o responsável pelas fronteiras do presidente dos EUA, Tom Homan, disse em uma entrevista ao programa "This Week" da ABC, neste domingo, que há possibilidade de enviar os migrantes a um país terceiro em caso de os países de origem se recusarem a receber os voos americanos.
Em reação ao pronunciamento do governo colombiano, Trump disse neste domingo (26) que estava ordenando tarifas, restrições de visto, além de outras medidas de retaliação contra a Colômbia. As tarifas são de 25%, sobre todos os produtos da Colômbia que entram nos EUA. Em uma semana, as tarifas de 25% serão elevadas para 50%, de acordo com Trump.
Em sua plataforma social Truth Social, o mandatário norte-americano escreveu que “essas medidas são apenas o começo”.
“Não permitiremos que o governo colombiano viole suas obrigações legais com relação à aceitação e retorno dos criminosos que eles forçaram a entrar nos Estados Unidos”, completou Trump.