Por Sabrina Brito, do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – A agência espacial norte-americana Nasa anunciou na quarta-feira, 26, que a SpaceX, empresa do bilionário sul-africano Elon Musk, foi escolhida como a responsável pela construção do veículo que tirará a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) de órbita ao fim de sua vida útil, em 2030.
O contrato para o desenvolvimento desse veículo, chamado US Deorbit Vehicle, é de US$ 843 milhões. A ideia é que ele seja capaz de levar a ISS ao seu destino final quando a Nasa e seus parceiros determinarem o final de sua utilidade dentro de seis anos.
A estação está em órbita a cerca de 400 quilômetros acima da superfície terrestre. Desde o ano 2000, ela serve de lar provisório para equipes de astronautas.
O veículo da SpaceX, que pode ser lançado ainda nesta década, guiará a estação quando ela sair da órbita terrestre. Calcula-se que ele e a ISS colidam com a atmosfera da Terra viajando a aproximadamente 27 mil quilômetros por hora.
“Selecionar o US Deorbit Vehicle para a Estação Espacial Internacional ajudará a Nasa e seus parceiros internacionais a garantirem uma transição segura e responsável para a órbita baixa da Terra ao final das operações da estação”, afirmou Ken Bowersox, administrador associado do Diretório de Missões de Operações Espaciais da Nasa, em comunicado da agência.
O ano de 2030 marcará pouco mais de três décadas que a ISS orbita a Terra. A estação, que se estende pelo tamanho aproximado de um campo de futebol, é chefiada por agências de países como Estados Unidos, Canadá, Japão e Rússia. Na quarta-feira, a Nasa informou que “a retirada segura da Estação Espacial Internacional de órbita é responsabilidade de todas as cinco agências espaciais”, ou seja, a europeia, canadense, russa, japonesa e norte-americana.
Anteriormente, a agência dos Estados Unidos já havia afirmado ter esperanças de que o veículo responsável pelo empreendimento pudesse ser lançado até dezembro de 2028, adicionando que exigiria sua prontidão até 2029.
Na ISS, são realizados inúmeros experimentos ligados às ciências naturais e físicas em condições que não se atingem na Terra. Assim, o local tem uma enorme importância tecnológica e científica.
De acordo com a Nasa, as lições aprendidas a bordo da Estação Espacial Internacional estão ajudando a passar o bastão para futuras estações comerciais. “O laboratório continua a ser um modelo para ciência, exploração e parcerias no espaço para o benefício de todos”, acrescenta Bowersox.