Um medicamento produzido pela Pfizer apresentou resultados considerados “extraordinários” em pacientes com câncer de pulmão avançado. Cerca de seis em cada dez pacientes que receberam o comprimido diário de lorlatinibe sobreviveram durante cinco anos sem progressão da doença. O estudo foi apresentado na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos.
Para a pesquisa, participaram 296 pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão de não pequenas células, causada pela mutação do gene ALK. Essa é uma forma agressiva da doença que muitas vezes se espalha para o cérebro. Um quarto dos pacientes já tinha visto o câncer se espalhar para o cérebro.
O lorlatinibe se liga à proteína ALK presente na superfície das células, bloqueando assim o crescimento de tumores e interrompendo o desenvolvimento do câncer. Os resultados mostraram que, após cinco anos, 60% dos pacientes que receberam o novo tratamento sobreviveram sem progressão — ou seja, sem piora — da condição, em comparação com apenas 8% daqueles que receberam o tratamento padrão com crizotinibe. Isso representa uma redução contínua de 81% no risco de progressão ou morte.
Os pacientes foram submetidos a exames cerebrais a cada oito semanas, revelando que o lorlatinibe impediu a disseminação do câncer para o cérebro e evitou o crescimento de qualquer tumor cerebral existente. Este resultado foi considerado inédito pelos cientistas.
A equipe explicou que ainda não é possível determinar os números exatos dos anos de vida ganhos pelos pacientes, pois a maioria dos participantes não apresentou progressão da doença.
“Esta é a sobrevida livre de progressão mais longa já relatada no câncer de pulmão de células não pequenas ALK+ e, de fato, até o momento, em qualquer terapia direcionada para câncer de pulmão”, afirmou o autor principal, Benjamin Solomon, em comunicado.
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