O economista libertário Javier Milei toma posse neste domingo (10/12) como presidente argentino sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem fez duras críticas durante sua campanha.
Apesar de o argentino ter suavizado o tom contra o petista após sua eleição, o governo brasileiro será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, algo raro, dada a importância da relação dos dois países.
A cerimônia, ao mesmo tempo, será prestigiada por uma comitiva de representantes da direita brasileira, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem Milei é declarado admirador. Ambos já se reuniram em Buenos Aires na sexta-feira.
A vitória de Milei nas urnas tem sido comparada com a eleição de Bolsonaro em 2018, já que ambos se projetaram como líderes controversos do campo conservador, com propostas radicais e uma postura "antissistema", embora o brasileiro tenha sido parlamentar por três décadas antes de conquistar o Palácio do Planalto, enquanto Milei exerceu um mandato de deputado federal.
Para analistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil, porém, a eleição do novo presidente argentino não deve ser lida apenas como uma "repetição" da política brasileira de cinco anos antes, mas traz reflexões sobre os desafios que se colocam à frente para o governo Lula e o campo bolsonarista.