"Esse sol está deixando as mulheres doentes. Ninguém consegue mais ir pra roça como fazíamos antes. Não consigo mais plantar."
É assim que Virgília Arago Almeida, de 43 anos , indígena da etnia tariana, define os efeitos da seca histórica que atingiu a Amazônia neste ano.
Segundo ela, as altas temperaturas e a falta de chuvas neste ano fizeram com que as mulheres na região do Alto Rio Negro, no Oeste do Amazonas, alterassem suas rotinas seculares de trabalho na roça, colocando em risco a segurança alimentar de comunidades inteiras.
A seca que afeta a região amazônica neste ano é considerada uma das mais intensas já registradas.
Um dos principais indicadores da sua intensidade é o nível do rio Negro em Manaus. Na segunda-feira (16/10), a régua que aponta o nível do rio registrou um novo recorde de baixa: 13,59 metros. Na quarta-feira (18/10), o rio continuou a secar e o nível baixou ainda mais: 13,38 metros.