Às vésperas de completar dez anos do início de sua operação, a Zona Especial do Porto de Mariel está ao menos 50% vazia. É o que afirmou à BBC News Brasil a diretora-geral da área de 465 km2, Ana Teresa Igarza Martínez.
Com capacidade para mais de cem empresas, apenas 44 estão instaladas ali e atuando em 100% de sua capacidade. Outras 20, estariam em diferentes etapas do processo de implantação.
Projetado para ancorar navios do tipo New Panamax, que transporta até 12,5 mil contêineres de 6 metros de comprimento por viagem, o Porto de Mariel jamais recebeu uma embarcação desta envergadura em mais de nove anos de operação.
Historicamente um ponto de onde milhares de cubanos se lançaram ao mar em todo tipo de barcos e botes para tentar escapar do regime comunista e chegar aos Estados Unidos, Mariel se converteu na maior obra de infraestrutura da história de Cuba nos anos 2010.
Sua construção, feita pela empreiteira brasileira Odebrecht, contou com o financiamento de US$ 638 milhões do BNDES. Em plena capacidade operacional, o local prometia funcionar como um motor capitalista a sustentar o regime comunista cubano. Mas até hoje o complexo portuário de Mariel segue sendo uma promessa jamais inteiramente realizada.