A Cooperativa Comigo, com sede em Rio Verde (GO), prevê crescimento de 50% neste ano e atingir faturamento bruto de R$ 15 bilhões. Desta forma, consolida-se como a maior empresa em atuação em Goiás, posto conquistado no ano passado, segundo o anuário Valor 1000, produzido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e Serasa Experian. Em 2021, a cooperativa goiana teve receita de R$ 9,9 bilhões e lucro (sobras) de R$ 956,2 milhões.
Presidente da Comigo, Antonio Chavaglia atribui o excelente desempenho ao foco que a cooperativa tem dado em gestão e qualidade de serviços.
“Temos trabalhado todos esses anos em prol da sustentabilidade do produtor em resultados. Isso tem feito com que os cooperados se aproximem mais. Além disso, são muito importantes os investimentos que temos feito. Principalmente em armazenagem, na prestação de serviços, repasse de insumos de alta qualidade, assim como de máquinas e implementos. É uma evolução constante que traz esses números favoráveis”, ressalta.
Todo esse esforço, segundo Chavaglia, resulta em um número crescente de cooperados e de recebimento de grãos. “Hoje, temos um produtor mais focado em tecnologia e mais responsável, em relação à sustentabilidade ambiental. Estamos no caminho certo e isso traz alegria para quem participa da cooperativa, que vai continuar avançando a cada ano, com responsabilidade, transparência e geração de emprego e renda nos municípios onde ela está presente”, diz.
Apesar das dificuldades de fazer investimentos, em razão das altas taxas de juros no último ano, Chavaglia garante que a Comigo continuará investindo e crescendo. “Acabamos de construir uma fábrica de premix (suplementação animal) e teremos mais três armazéns grandes. Temos um projeto muito importante de ferrovia em Palmeiras (ramal da Ferrovia Norte-Sul), que está em orçamento, para transportar cargas para o porto, viabilizando, principalmente, a produção do Vale do Araguaia. Temos vários projetos para os próximos cinco anos, e vamos nos ajustando de acordo com as possibilidades”, informa.
Cooperativismo em Goiás
A pujança do cooperativismo no ramo agro, segundo Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, comprova que o modelo cooperativo pode ser ao mesmo tempo moderno, competitivo e socialmente justo. “O cooperativismo responde por 10% do PIB goiano, emprega quase 15 mil pessoas e reúne 400 mil cooperados. E a Comigo mostra que o modelo cooperativo, tanto no ramo agro, como nos demais, a exemplo do crédito, transporte e saúde, tem alta eficiência. Tudo isso, sem perder de vista seus princípios fundamentais, entre eles a gestão democrática, a intercooperação e o interesse pela comunidade”, ressalta.
Goiás, segundo dados do Sistema OCB/GO e do Anuário Brasileiro do Cooperativismo 2022, tem 81 cooperativas do ramo agro, que reúnem 35.189 cooperados, e geram 6.231 empregos. Juntas, elas foram responsáveis por um faturamento (ingressos) de R$ 13,8 bilhões em 2021 e R$ 1,3 bilhão de lucros (sobras) no mesmo período. Em 2021, as cooperativas agropecuárias somaram R$ 230 bilhões em ativos. O faturamento do período foi da ordem de R$ 358 bilhões.