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Clima, ‘rios mortos’ e lixo favorecem propagação de mosquitos em Manaus

Publicada em 18/01/25 às 11:00h - 35 visualizações

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Clima, ‘rios mortos’ e lixo favorecem propagação de mosquitos em Manaus
 (Foto: Rádio Rir Brasil Amazonas - Direção:Eneida Barauna e Ronaldo Castro - 92 98607-0010)
Por Feifiane Ramos, do ATUAL

MANAUS — Em Manaus, a combinação de fatores climáticos como o calor e a umidade com ambientes urbanos como igarapés poluídos, lixo acumulado nas ruas e infraestrutura deficitária cria um ambiente propício para a reprodução de mosquitos que são transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya, especialmente no período de chuva.

De acordo com Melissa Toledo, vice-presidente do Cau-AM (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas), as características climáticas da cidade, como o clima quente e úmido, aliadas à ocupação urbana desordenada, são fatores determinantes para a expansão dos mosquitos.

“A gente tem, sim, um acúmulo de água das chuvas. Não tem como a gente não citar. Isso é uma consequência da própria sociedade para com o seu espaço. A gente tem um crescimento urbano que também prolifera porque a expansão urbana, aliada às áreas periféricas, normalmente a ausência da infraestrutura e seus subsistemas adequados, também são áreas de acúmulo de águas em vias públicas, em terrenos baldios ou que o próprio proprietário não dá manutenção”, diz.

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Especialistas alertam sobre cuidado com rios e igarapés poluídos (Foto: Valter Calheiros)

Melissa Toledo cita o impacto da ocupação desordenada e da infraestrutura inadequada em Manaus, que, segundo ela, “potencializa” a proliferação dos mosquitos, pois o acúmulo de água e a poluição dos igarapés, verdadeiros “rios mortos”, ocorre por consequência de um crescimento desordenado da capital amazonense.

“Não tem como a gente não falar dos recursos hídricos poluídos urbanos, a falta de drenagem em infraestrutura né, inadequada ou ausente. Isso é consequência também da expansão geográfica urbana, o que a gente chama tecnicamente de espraiamento. Isso também gera [proliferação] porque são áreas com ausência ou com uma drenagem deficiente” diz.

Coletivo

A urbanista diz que, assim como o poder público tem obrigação de cuidar do ambiente, há também a responsabilidade dos cidadãos em cuidar de áreas privadas, o que ela chama de “corresponsabilidade”.

“A gente fala de ambiente urbano, a gente fala de pessoas, a gente fala de áreas públicas versus áreas privadas, então a gente tem, na verdade, uma corresponsabilidade. A responsabilidade do poder público, mas a corresponsabilidade também do cidadão porque cada um de nós somos responsáveis pelo nosso recinto privado. Então, a conscientização do poder público nesse aspecto, por mais que seja realizada, depende da ação de cada cidadão. É uma força-tarefa, urbanamente falando”, afirma Melissa Toledo.

Controle

A urbanista diz que é importante controlar a expansão urbana desordenada, especialmente nas áreas periféricas, e ressalta que esses problemas contribuem diretamente para a proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças. Para ela, o poder público precisa investir em infraestrutura urbana, “em saneamento, em drenagem pluvial, ter uma ocupação planejada e uso ocupação do solo”.

“Vamos colocar assim: ter um reordenamento e uma regularização fundiária, requalificação de áreas urbanas, especialmente nas áreas periféricas, nas áreas de crescimento urbano […] a gente precisa ter uma infraestrutura adequada e um monitoramento. A gente tem outras situações: recuperar as áreas naturais, os recursos naturais, isso seria interessante que tivesse uma ótica de um engenheiro ambiental, florestal, de um especialista no meio ambiente natural inserido na paisagem construída, o reflorescimento dentre outras situações”, acrescenta.

Segundo a especialista, em Manaus, como em outras regiões de países sul-americanos, a urbanização se deu horizontalmente com um processo de ocupação irregular. Ela sugere que o planejamento urbano integrado e a requalificação das áreas informais são essenciais para reduzir as áreas de vulnerabilidade e, consequentemente, a proliferação do mosquito.

Melissa cita a importância de programas de conscientização comunitária, a educação ambiental e o monitoramento constante, elementos que ajudam a prevenir os focos de água parada nos ambientes privados. A solução para o problema envolve não apenas intervenções no nível das infraestruturas, mas também um esforço conjunto entre governo e sociedade com ações que conectem as áreas urbanas às zonas de preservação ambiental.

Negligência

Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz, diz que em Manaus há negligência em relação ao saneamento e ao manejo do lixo, tornando o ambiente propício para reprodução e a disseminação de insetos transmissores de doenças graves. Além de “sarjetas abertas ao ar livre”, entupidas ou transbordando. A consequência, segundo o epidemiologista, é a cidade ser tomada por lixo nas ruas, praças, parques e, principalmente, nos córregos e igarapés.

Parada de ônibus na Avenida Buriti em Manaus é tomada por lixeira viciada (Foto: Murilo Rodrigues/AM ATUAL)

“Arboviroses como a dengue são bem adaptadas a ambientes urbanos, especialmente àqueles negligenciados em termos de saneamento, onde córregos e igarapés servem muito mais como escoadouros de toda sorte de lixo e dejetos humanos. É decepcionante constatar uma realidade tão degradante como a observada em Manaus, pois além de lixeiras serem artigo raro para transeuntes, há o problema da coleta e manejo inadequado das toneladas de lixo geradas pela população,” diz Orellana.

Assim como Melissa Toledo, Jesem Orellana cita que a densidade populacional e a urbanização desordenada também agravam o problema, pois “sempre que a densidade populacional de insetos contaminados aumenta, inevitavelmente haverá um aumento de casos novos, graves e até mesmo de mortes evitáveis, especialmente em tempos de crise climática, pois insetos causadores de doenças como a dengue podem estar se adaptando melhor às condições climáticas”.

Soluções

Ambos os especialistas concordam que soluções efetivas passam pela integração de estratégias de planejamento urbano e saúde pública. “É preciso um trabalho intersetorial e participativo, garantindo o envolvimento de diferentes agentes do estado, da iniciativa privada, da sociedade civil organizada e da academia [universidade]. Do contrário, seguiremos ilhados em nossas limitadas expertises, repetindo erros e perdendo oportunidades de respostas adaptadas aos complexos desafios do século XXI,” afirma o epidemiologista.

Para Orellana, a situação de Manaus, embora desafiadora, reforça a urgência de políticas públicas integradas e ações comunitárias que combatam as condições favoráveis à proliferação de mosquitos. O esforço conjunto entre poder público e sociedade é crucial para mitigar os impactos das doenças transmitidas por esses vetores.

Dados

A Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) informou no dia 8 deste mês que de 29 de dezembro de 2024 a 4 de janeiro de 2025 foram confirmados cinco casos de dengue, enquanto zika, chikungunya, oropouche e mayaro não tiveram registros confirmados.

Até 28 de novembro do ano passado, a cidade registrou 10.647 notificações de dengue, com 2.632 casos confirmados. Zika teve 114 notificações e 21 confirmados, chikungunya 316 notificações e 20 confirmados, enquanto oropouche e mayaro tiveram 871 e 7 casos confirmados, respectivamente. No painel do Ministério de Saúde, constam 64 casos “prováveis” de dengue no Amazonas até o dia 9 deste mês.

A capital está com um índice de infestação do Aedes aegypti de 1,8%, indicando risco médio para as arboviroses. A Semsa identificou 11 bairros em alta vulnerabilidade, 32 em média vulnerabilidade e 20 em baixa vulnerabilidade, com base no Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti.

Alta Vulnerabilidade: Tarumã-Açu, Tarumã, Redenção, Alvorada, São Jorge, Compensa, Santo Antônio, Armando Mendes, São José, Tancredo Neves e Jorge Teixeira.

Média Vulnerabilidade: Distrito Industrial 1, Japiim, Parque 10 de Novembro, Betânia, Centro, Flores, Aleixo, Ponta Negra, Santo Agostinho, Lírio do Vale, Bairro da Paz, Dom Pedro, Glória, Cidade de Deus, Novo Aleixo, Colônia Santo Antônio, Monte das Oliveiras, Lago Azul, entre outros, são classificados com risco médio.

Baixa Vulnerabilidade: Áreas como Morro Liberdade, Nossa Senhora de Aparecida, Praça 14 de Janeiro, Cachoeirinha, Presidente Vargas, Adrianópolis, Educandos, Raiz, São Francisco, Santa Luzia, Nova Esperança, Nova Cidade e Mauazinho estão em baixa vulnerabilidade.

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