Do ATUAL, com Ascom MPAM
MANAUS – O MPAM (Ministério Público do Amazonas) deflagrou nesta sexta-feira (14) a operação “Parlatórium” em Itamarati (a 985 quilômetros de Manaus) de combate a fraudes no empréstimo consignado com usa da Câmara Municipal. A investigação tem apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O MP pediu afastamento de um vereador suspeito de envolvido no esquema.
“No caso, eram utilizados documentos e procurações de pessoas que não tinham o mínimo conhecimento do que estava acontecendo, e a Câmara de Vereadores era apontada como suposta empregadora dessas pessoas junto à Caixa Econômica Federal. Dessa forma, era possível obter empréstimos consignados que eram posteriormente sacados, mas cuja destinação desconhecemos”, disse o promotor de Justiça Caio Fenelon Assis Barros.
Segundo o promotor, em Itamarati o alvo foi um vereador com mandato em andamento para a busca de documentos. O nome dele não foi revelado pelo MP.
Conforme apurou o Ministério Público, entre 2021 e 2023 foram expedidas diversas procurações em nome de uma mesma pessoa a pedido deste vereador de Itamarati. Paralelamente, várias pessoas que tiveram empréstimos solicitados em seu nome buscaram a Promotoria de Justiça do município porque estavam sendo acionadas judicialmente pela Caixa Econômica, em decorrência de empréstimos cuja existência desconheciam.
“Alguns sequer tinham conhecimento de ter conta naquele banco. Isso instigou o Ministério Público a se aprofundar nas investigações, oportunidade em que descobrimos que eram expedidos documentos falsos por parte da Câmara de Vereadores, informando que essas pessoas eram servidoras da Câmara. Todavia, todas as pessoas que nos procuraram disseram que nunca trabalharam ou receberam um centavo de salário por qualquer trabalho na casa legislativa”, informou Caio Fenelon.
A apuração do MPAM revelou que entre 2021 e 2023, aproximadamente 100 procurações foram expedidas. De acordo com o promotor, a partir dos documentos apreendidos será possível verificar a extensão do crime, quantas pessoas efetivamente foram vítimas e quantas tiveram seus nomes utilizados para a obtenção desses empréstimos.
O eventual dano ao erário também está sob investigação, mas de forma paralela pela Polícia Federal.