MANAUS – A falta de ciclovias no Brasil “freia” o crescimento da indústria de bicicletas, diz Pieter Jacobus, diretor do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários).
Mesmo com um público de diferentes perfis, o veículo é mais utilizado para a mobilidade urbana, lazer e esporte. Para que o mercado tenha um crescimento estável é importante o crescimento da infraestrutura cicloviária nas capitais brasileiras. “Essas infraestruturas se fazem necessária para que os usuários possam pedalar com conforto e segurança”, diz.
Em 2024, a fabricação de bicicletas nas indústrias de Manaus registrou queda de 24,7% em comparação a 2023, segundo Jacobus. A estimativa do setor é encerrar o ano com 360 mil unidades. Até outubro foram fabricadas 311.995. Jacobus disse que apesar da queda, houve manutenção dos empregos com variação apenas nas vagas temporárias.
Pedalar com menos esforço tem atraído cada vez mais adeptos do uso da bicicleta elétrica. Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), foram produzidas 14.412 bicicletas elétricas até outubro deste ano, aumento de 29,3% em relação ao mesmo período de 2023. O segmento representa 4,6% do volume total fabricado no Polo Industrial de Manaus.
“A bicicleta elétrica tem alto potencial de evolução e continuará ganhando espaço nos próximos anos”, afirma Jacobus. Segundo ele, as ciclovias também são essenciais para esse tipo de veículo.
Entre os modelos, a Mountain Bike (MTB) é a mais produzida no PIM, com 176.317 unidades este ano (56,5% do total). Em seguida, estão as da categoria urbanas/lazer (60.898 unidades, 19,5%) e as infantojuvenis (50.421 unidades, 16,2%).
A maioria das bicicletas produzidas no PIM foi destinada à região Sudeste, que recebeu 53,6% do total (167.354 unidades). O Nordeste ficou em segundo lugar (16,5%), seguido pelo Sul (13,3%), Norte (8,4%) e Centro-Oeste (8,2%).