Palavroso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sentiu o baque de ver os candidatos apoiados por ele em Goiânia (Fred Rodrigues) e Aparecida de Goiânia (Professor Alcides) perderem as eleições municipais no segundo turno. Mais precisamente, perderam para os candidatos apoiados pelo governador Ronaldo Caiado (UB), com quem protagonizou um embate público pela hegemonia em Goiás.
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A eleição goiana, inclusive, tinha importância pessoal para Bolsonaro, que acompanha o racha da direita, enquanto tem a figura como principal nome do espectro perdendo força. Não à toa, das nove capitais onde o PL disputou segundo turno, o ex-presidente tirou o dia para visitar apenas os três maiores colégios eleitorais de Goiás (Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis).
Porém, no combate direto com Caiado, Bolsonaro que, durante as visitas alfinetou os candidatos do governante estadual e o próprio mandatário, levou a pior: Sandro Mabel (UB), nome escolhido pelo governador depois de fazer pesquisas qualitativas na cidade, foi eleito com 55% dos votos.
Empresário e ex-deputado, Mabel virou sobre Fred, que passou em primeiro no início de outubro, com seis pontos de vantagem. Leandro Vilela (MDB), por outro lado, manteve a vantagem que já tinha sobre Professor Alcides, em Aparecida de Goiânia, levando o pleito com 63,60% dos votos válidos.
Além da derrota, o ex-presidente “queimou a língua”, como se diz o ditado popular. Isso porque, além de não conseguir eleger os seus candidatos, “passou carão” ao dizer que Caiado havia escolhido os “candidatos errados” e que poderia esquecer a presidência, em 2026, se os apoiados por ele fossem eleitos. O governador já afirmou que disputara o Palácio do Planalto nas eleições federais.
As eleições goianas mostraram, mais um vez, que o movimento de direita não é ditado por Bolsonaro – fato que já havia sido mostrado pelo polêmico Pablo Marçal (PRTD), em São Paulo. Inelegível é investigado pela Polícia Federal (PF), Bolsonaro não possui mais a força que já teve enquanto presidente. Além de perder para Lula em 2022, Bolsonaro perde novamente em 2024.