MANAUS – Os institutos de pesquisa no Amazonas passaram neste ano a ser alvo de ações de partidos políticos na Justiça Eleitoral. Apesar de a lei que faculta aos partidos pedir informação sobre as pesquisas eleitorais e ajuizar ações contestando-as já ter pelo menos 27 anos, neste ano é a primeira vez que os institutos viraram alvo dos partidos inconformados com os números.
Por que isso está acontecendo? Há uma disputa de mercado em curso. O mercado de pesquisas no Amazonas historicamente foi dominado por um grupo reduzido de empresas. Esse cenário, no entanto, começou a mudar nas últimas três ou quatro eleições no Amazonas.
Também historicamente as pesquisas de intenção de voto no Estado se tornaram um negócio para além dos serviços de sondagem. Os institutos tentavam vender a eleição antecipadamente com a intenção de influenciar o eleitorado a votar em determinado candidato. Funcionava assim: no período pré-eleitoral, os números eram manipulados para atender às necessidades de quem as encomendava. Com a proximidade das eleições, os institutos passavam a divulgar números mais realistas para evitar a perda de credibilidade.
Esse “serviço” de manipulação de resultados era vendido a peso de ouro.
À medida que surgem outros institutos, os donos dos antigos se sentiram incomodados e alguns suspenderam a prestação dos “serviços”. Ora, não fazia mais sentido realizar pesquisas só pela venda do serviço de sondagem. Aliada a esse fato, houve também a perda de credibilidade pelas seguidas “barrigadas” dos números falsos.
Neste ano, os velhos trambiqueiros que desistiram de fazer pesquisa, passaram a vender outro tipo de “serviço”: a análise das pesquisas realizadas em Manaus. Esse (des)“serviço” tem dois objetivos: 1) tirar um naco dos gordos recursos públicos que irrigam os caixas dos partidos e 2) tentar desacreditar os institutos que entraram no mercado, com a intenção de, no futuro, voltar a dominar o serviço.
Nessa manobra sórdida, os velhos trambiqueiros jogam lama em todos os profissionais, inclusive naqueles que dedicam uma vida inteira a esse serviço de pesquisas de opinião com responsabilidade, como é o caso dos sócios do Ipen (Instituto de Pesquisa do Norte).
A pesquisa Ipen, inclusive, tem balizado a divulgação de outras pesquisas eleitorais, porque os sites Amazonas Atual, BNC, Portal Único, Blog do Hiel Levy, Portal do Marcos Santos e Portal do Mário Adolfo, parceiros do Ipen, fizeram uma única exigência: que os números capturados nas sondagens fossem os divulgados aos eleitores de Manaus.
Essa seriedade, que deveria ser observada por todos os institutos, passou a incomodar muita gente, principalmente aqueles que ganham dinheiro fácil vendendo números manipulados. Os institutos fracassados do passado tentam renascer chafurdando na lama, como sempre foram suas práticas.