MANAUS – Em meio a especulações sobre o futuro de refinarias da Petrobras, o Grupo Atem afirmou que não abre mão da Ream (Refinaria da Amazônia) – antiga (Refinaria de Manaus Isaac Sabbá) -, comprada em 2022 por US$ 257 milhões. A companhia disse que já fez “importantes investimentos” em melhorias na estrutura de tanques, píeres e dutos da estrutura.
Na quarta-feira (22), o Tribunal Administrativo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou mudanças em dois acordos firmados em 2019 que estabeleciam a privatização de oito refinarias – incluindo a de Manaus – e de ativos de gás natural. Com as alterações, cinco refinarias que ainda não tinham sido vendidas permaneceram sob domínio da Petrobras.
Ao pedir alterações nos acordos, a estatal argumentou que há mudança econômica e geopolítica global que demanda investimentos em refinarias nacionais para incrementar a capacidade de abastecimento do mercado interno. Disse ainda existirem “amplas alternativas” de suprimento para refinarias independentes, que mitigariam o risco de aumento de custos de rivais da Petrobras.
Leia mais: Cade aprova novas versões de acordos e Petrobras poderá manter refino
Além de impedir novas privatizações, o governo Lula tem intenção de recomprar duas das três vendidas: a Ream, do Amazonas, e a Rlam (Refinaria Landulpho Alves), da Bahia. A missão de recuperar as refinarias foi dada à nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, escolhida pelo presidente Lula para substituir Jean Paul Prates, demitido no dia 14 deste mês.
O Grupo Atem, porém, afirma que não tem intenção de sair do ativo e não há em curso nenhuma conversa sobre venda do ativo. “A refinaria esta operando dentro da normalidade. O Grupo Atem assumiu o ativo em dezembro de 2022 e desde então vem realizando importantes investimentos em melhorias na estrutura de tanques, piers e dutos da refinaria”, disse a companhia ao jornal O Globo.
A recompra da refinaria ocorre em meio a informações sobre paralisação da produção. Na quarta-feira, o Sindpetro-AM (Sindicato dos Petroleiros do Amazonas) afirmou que suspeita que a empresa tenha interrompido o processamento de refino e “hoje atua apenas como estrutura de apoio logístico para a distribuição de derivados importados”.
Na nota enviada ao O Globo, a Ream nega essa informação e afirma que “a refinaria esta operando dentro da normalidade.”
A reportagem solicitou do Grupo Atem mais informações sobre eventuais negociações com a Petrobras, e ainda aguarda resposta.