Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que o número de empregados sem carteira assinada ou autônomos — categoria de trabalhador informal —, em março de 2024, chegou a 342 mil pessoas. O número equivale a 33,4% do total de 1,45 milhão de ocupados.
Coordenadora da PED pelo Dieese, Lúcia Garcia considera que os números atuais do mercado informal ainda são elevados. "É uma tendência na economia brasileira como um todo. Essa situação é determinada por uma característica básica do nosso mercado de trabalho — excedentes de trabalhadores e escassez de oportunidades", observa.
"Isso faz com que boa parte da população procure formas de obtenção de renda e se sujeite à subordinação não registrada na carteira assinada, ou seja, em busca de rendimentos, aceita o que está disponível, aguardando um amanhã melhor", comenta.
"Essa realidade é reforçada pela ausência do Estado, ou seja, quanto menor a estrutura da fiscalização, maior o percentual de maus empregadores que contratam sem a carteira de trabalho assinada", alerta Lúcia Garcia. A especialista pondera que, apesar do número de informais ter crescido, o percentual em relação ao total de ocupados têm caído no DF.
No DF há 10 anos, o peruano Giancarlos Melchor vende roupas femininas na Rodoviária do Plano Piloto. O morador do Recanto das Emas destaca que saiu do seu país por causa da crise econômica. "Estou vendendo roupas há seis anos, mas comecei trabalhando para um amigo, como costureiro. Nunca trabalhei com carteira de trabalho e, às vezes, é um pouco difícil para sustentar minha família, por estar sem um emprego formal. Tem dias que vendo um total de R$ 50", lamenta.
Por isso, o ambulante afirma que está pensando em procurar um emprego de carteira assinada. "Se eu vir que as vendas ficaram muito fracas, vou buscar o sustento do meu filho e da minha esposa no mercado formal", comenta. A ideia, segundo Melchor, é tentar uma vaga na área em que tem experiência. "Estou mais acostumado com a costura, sempre fui costureiro, mas ganha muito pouco e vejo bastante dificuldades para achar oportunidades de emprego (nessa área)", avalia.
O taxista José Araújo de Carvalho Lima, 47, está na profissão há 20 anos e relata que, com a uma média de R$ 3 mil que tira por mês, não consegue sustentar a família. Apesar de gostar muito da profissão, José Araújo relata a insegurança trabalhista na atividade. "Minha mulher, servidora pública, ajuda no orçamento doméstico. As despesas são grandes, o carro precisa de manutenção, então, se pudesse ter um emprego (formal), seria ótimo", reforça.
Trabalhando há sete anos como autônomo na Feira da Torre, Maik Albuquerque Sousa, 31, sabe bem a dificuldade de se sustentar sem uma renda fixa. Com um filho para criar, ele e a esposa vendem peças de artesanato e lembrancinhas da cidade para turistas, mas nem sempre o movimento é alto. "A gente depende muito dos turistas virem até a feira. Com o feriado de 1º de Maio vai ter mais movimento. Geralmente, a nossa melhor época são as férias, quando pessoas de outros países vêm para cá", avalia.
O taxista José Araújo de Carvalho Lima, 47, está na profissão há 20 anos e relata que, com a uma média de R$ 3 mil que tira por mês, não consegue sustentar a família. Apesar de gostar muito da profissão, José Araújo relata a insegurança trabalhista na atividade. "Minha mulher, servidora pública, ajuda no orçamento doméstico. As despesas são grandes, o carro precisa de manutenção, então, se pudesse ter um emprego (formal), seria ótimo", reforça.
Trabalhando há sete anos como autônomo na Feira da Torre, Maik Albuquerque Sousa, 31, sabe bem a dificuldade de se sustentar sem uma renda fixa. Com um filho para criar, ele e a esposa vendem peças de artesanato e lembrancinhas da cidade para turistas, mas nem sempre o movimento é alto. "A gente depende muito dos turistas virem até a feira. Com o feriado de 1º de Maio vai ter mais movimento. Geralmente, a nossa melhor época são as férias, quando pessoas de outros países vêm para cá", avalia.