Do ATUAL
MANAUS – Ao lançar pré-candidatura a prefeito de Manaus nesta sexta-feira (23) pela federação PSDB-Cidadania, o deputado federal Amom Mandel Lins Filho, de 23 anos, fez duras críticas ao prefeito David Almeida (Avante), seu principal adversário, e afirmou que não tem “sede de poder”. O deputado defendeu uma gestão técnica, sem nomeação de parentes, e com transparência. “Vocês podem esperar uma obsessão total com transparência”, afirmou Amom, em discurso a apoiadores, em um restaurante na zona norte de Manaus.
Amom estava acompanhado de políticos da federação, entre eles os presidentes regionais do PSDB, senador Plínio Valério, e do Cidadania, Elcy Barroso Jr., que deram “carta branca” ao parlamentar para conduzir a campanha dele.
Sem citar nomes, o deputado associou o prefeito David Almeida à má gestão e a escândalos de corrupção. Ele mencionou, por exemplo, investigações da Polícia Federal sobre contratos do lixo, a nomeação de parentes e amigos em cargos públicos e a viagem em jatinho pago por empresário.
“É inadmissível que nós tenhamos um prefeito que tem com um discurso de honestidade e ética do seu grupo religioso e quando pode viaja de jatinho de luxo pago por empresário que tem contrato público. Isso é inadmissível, isso é corrupção, isso é inaceitável, isso tem que mudar, e vai mudar, se depender de mim e de vocês”, afirmou Amom.
O lançamento da candidatura de Amom ocorre quase dois meses após ele afirmar que não era candidato a prefeito e que “sentia” que a missão dele em Brasília não estava completa. A declaração foi feita no dia 30 de dezembro. Na ocasião, Amom foi elogiado pelo deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), que é pré-candidato a prefeito e tentava obter apoio do parlamentar.
De acordo com Amom, a situação mudou em dezembro do ano passado quando ele foi “alvo de tentativa de chantagem” de grupos políticos que estão no poder. “Após tomar as decisões e repensar esse caso, eu decidi que nenhuma tentativa de chantagem vai ser suficiente para me tirar do sonho”, afirmou o parlamentar.
“Eu não posso deixar o grupo político ligado a facções criminosas, investigado pela Polícia Federal por atos de corrupção, como andar de jatinho pago por empresário, como ter algum secretário envolvido, como superfaturar cestas básicas, e assim por diante, domine e mande nessa cidade. Eu tenho uma responsabilidade para com a população desse estado e dessa cidade. Quem vai decidir meu destino é o povo, não sou eu”, disse Amom.
Amom ainda não tem vice. Ele afirmou que busca um parceiro de chapa que tenha reputação ilibada e experiência. “Não temos ainda nomes para vice. Vai ser falado no momento devido”, disse o deputado.
Sobre as alianças partidárias, Amom afirmou que ainda está dialogando com outras siglas e que essas informações não podem ser divulgadas por conta da legislação eleitoral. O deputado disse, ainda, que conversa diretamente com os partidos a nível nacional.
Ao ser questionado sobre as críticas por abandonar o cargo de deputado federal para ser prefeito, Amom afirmou que se candidatou em 2022, quando era vereador, a “pedido da população”. “Qualquer tipo de compromisso no mandado é menor que o compromisso com a cidade de Manaus”, disse o parlamentar.
Amom também revelou que foi diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e que os adversários usam isso para “reduzir, para propagar um preconceito e dizer ‘ele não tem capacidade'”.
No evento, o deputado lançou proposta de plano de governo. O documento, no entanto, não é o plano definitivo. Amom disse que vai receber sugestões da população.
“Carta branca”
Amom recebeu “carta branca” dos presidentes regionais do PSDB e do Cidadania. Elcy Barroso Jr definiu o parlamentar como “corajoso, inteligente e destemido” e declarou: “Amom, você tem 100% de liberdade de tocar toda essa estrutura que a gente vai ver. Estamos todos com você. Não é partido, é todo mundo que está aqui”, afirmou Barroso Jr. “A gente precisa entender que a nossa chance é agora”, completou.
O senador Plínio Valério afirmou: “Você não terá um só problema ou atrito dentro da federação, vai poder trilhar o seu caminho, navegar da forma que quiser. A presença do PSDB aqui é para dizer isso”.
Ao lado de Plínio, Amom afirmou que o Cidadania é “único partido do Brasil que tem, em seu estatuto, a proibição para que o partido possa fazer imposição do voto do deputado, único partido que dá real independência”.
O evento também teve a participação dos vereadores Rosivaldo Cordovil (PSDB) e William Alemão (Cidadania).
(Colaboraram Teófilo Benarrós de Mesquita e Willison Cardoso)