A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (1/9), a Operação Benesse com a finalidade de desarticular organização criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Ação é a terceira fase da Operação Odoacro e alcança o núcleo público da organização criminosa.
Policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de São Luís/MA, Vitorino Freire/MA e Bacabal/MA. Também estão sendo cumpridas medidas cautelares diversas da prisão, tais como afastamento da função pública, suspensão de licitações e vedação da celebração de contratos com órgãos públicos, bem como ordens de indisponibilidade de bens.
A investigação, iniciada em 2021, teve a sua primeira fase ostensiva deflagrada em 20/7/2022 (Operação Odoacro), e a segunda em 5/10/2022 (Operação Odoacro II). A presente fase alcança o núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
Pelo fato de os elementos indicarem que o líder do núcleo público da organização criminosa ora investigada utiliza emendas parlamentares para incrementar o seu patrimônio, denominou-se esta fase investigativa de “benesse”, que segundo o dicionário Oxford significa “vantagem ou lucro que não deriva de esforço ou trabalho”.
Quem é Eduardo DP
Um dos principais alvos de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (1º) é o empresário Eduardo José Barros Costa, sócio oculto da maranhense Construservice. Ele foi preso nas primeiras fases da investigação e é também conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP.
As informações coletadas nas primeiras fases aponta que a polícia avalia que Costa tinha fácil acesso à cúpula da estatal Codevasf, entregue pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centrão e mantida desta forma pelo presidente Lula (PT) em troca de apoio no Congresso, o chamado “toma lá dá cá”.
A PF também suspeita que as licitações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba podem ser apenas meios de formalizar o direcionamento da verba à empreiteira.
Com informações do site da PF e do Jornal de Brasília