Uma fila se formou entre as mesas de um restaurante na área central de Belém e não era para chegar à comida. A fila seguia em direção à cadeira onde o cacique Raoni Metuktire aguardava pacientemente por um prato de peixe pedido havia quase meia hora.
Um a um, em duplas, trios, os frequentadores matavam sua fome de foto. Raoni não negou um retrato. A cada pedido, ele fazia sinal de positivo com o polegar direito e sorria em silêncio.
Aos 93 anos, Raoni parecia acostumado ao assédio digno de popstar.
Desde os anos 1970, ele se transformou num dos rostos mais conhecidos do país e numa das principais lideranças indígenas do mundo. Sua luta pela preservação da Amazônia e pelo respeito aos direitos indígenas chamou atenção de artistas como o cantor Sting e de membros da família real britânica como o Rei Charles 3º.
Raoni foi a Belém para participar das reuniões que antecederam a Cúpula da Amazônia, evento que começa nesta terça-feira (8/8) e que vai reunir presidentes e líderes de todos os países da região amazônica, além de outras nações convidadas.