A primeira capital da América portuguesa foi construída especificamente para ser um centro administrativo, a cidade São Salvador de Todos os Santos. Salvador, como ficou conhecida foi projetada com suas vastas muralhas para comportar o Governo Geral do Brasil instituído pelo monarca português Dom João III. O rei nomeou como o primeiro governador geral Tomé de Sousa que iria administrar as rendas da Coroa a partir de 1549. Mesmo estabelecendo um território na América portuguesa, o governo geral teve pouco sucesso em se comunicar com as demais províncias do território. Um dos motivos da transferência da primeira capital brasileira para a cidade do Rio de Janeiro foi durante o período de extração do ouro e pedras preciosas na província de Minas Gerais no século XVIII.
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada em 1565, tinha uma excelente baía que favorecia as grandes embarcações, que ao longo do tempo se transformaram em uma estação portuária. Em 1763, Marquês de Pombal transferiu a capital das terras da América Portuguesa para a cidade do Rio de Janeiro, principalmente pela proximidade com a região de Minas Gerais onde, naquele momento, o ouro e as pedras preciosas eram uns dos principais produtos brasileiros.
Com a chegada da família real portuguesa em 1808, a cidade passou por intensas transformações, como a criação do Banco do Brasil, Biblioteca Nacional, Academia de Belas Artes, o Jardim Botânico tudo isso foi possibilitado pela abertura dos portos, o que aumentou consideravelmente as transações econômicas daquele período.
Entre 1815 e 1822 tornou-se a capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, concedendo ao Brasil uma condição de Estado Colonial à parte das outras colônias portuguesas.
Em 1822 a cidade torna-se a capital do então Império do Brasil e em 1834 torna-se um município neutro deixando a capital da província do Rio de Janeiro para a cidade de Niterói. Ao longo dos anos a cidade foi palco de inúmeras manifestações políticas, principalmente por ser o centro administrativo do país, foram discutidos assuntos como a abolição da escravatura e o movimento republicano. O Rio de Janeiro, por manter uma estrutura já estabelecida, foi também a cidade escolhida para ser a capital da República em 1889 até 1960 quando cedeu a vez para a capital planejada Brasília. A cidade do Rio de Janeiro foi palco de inúmeras transformações políticas, sociais e culturas da história brasileira.
O governo de Juscelino Kubitschek que tomou posse em 31 de janeiro de 1956, foi conhecido como desenvolvimentista, e tinha como lema os “cinquenta anos em cinco”. Dentro da sua política econômica tinha o Plano de Metas, baseado em seis pilares. Um destes era a construção de uma nova capital: Brasília. A mudança da capital federal já estava prevista desde a primeira constituição republicana de 1891, ou seja, Juscelino seguiu uma antiga lei que previa inclusive que ela ocuparia parte do Planalto Central do Brasil e ficando com mais de quatorze mil quilômetros quadrados. Em setembro de 1956 foi aprovado pelo Congresso, apesar de críticas por parte de alguns integrantes da UDN que acreditavam que a capital acarretaria em dívidas para o Estado. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e o urbanista Lúcio Costa, a cidade de Brasília foi construída com base na mão-de-obra de migrantes nordestinos que eram conhecidos como “candangos”. Em 21 de abril de 1960 JK inaugurou solenemente a nova capital.
A Lei nº 12.286 de 13 de julho de 2010, proclamou a cidade de Olinda como a capital simbólica do Brasil. Sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva a lei prevê que em todo dia 27 de janeiro, data que é comemorada a expulsão dos holandeses em 1645. A cada 50 anos os títulos simbólicos de Prefeito e Vereadores Mor do Brasil são concedidos ao prefeito e aos vereadores durante as comemorações da Restauração Pernambucana.
Referências:
BRASIL. Lei nº 12.286, 13 de julho de 2010. Proclama Olinda a Capital Simbólica do Brasil e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12286.htm .
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12.ed. São Paulo: EDUSP, 2004.
SCHWARCZ, Lilia Moritz,; STARLING, Heloisa Maria Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.