O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou nesta segunda-feira (30) uma operação de guerra através da FAB e forças policiais, para cortar os tráfegos aéreo e fluvial de garimpos ilegais em terra yanomami, no estado de Roraima.
O governo tem o objetivo de cumprir o que foi prometido durante campanha eleitoral: remover os criminosos da região.
Também estão previstas as ações de assistência nutricional e de saúde, com alimentos adequados aos hábitos dos indígenas, e a garantia de segurança necessária para que equipes de saúde possam atuar nas aldeias. Outra prioridade é garantir rapidamente o acesso a água potável por meio de poços artesianos ou cisternas e medir a contaminação por mercúrio dos rios e nas pessoas.
Em nota, a Presidência da República informou:
“As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos.”
E continuou: “As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças.”
70 mil garimpeiros
Em entrevista ao Fórum Café, canal no Youtube da Revista Fórum, nesta segunda-feira (30), a pesquisadora Iraildes Caldas Torres, Diretora do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e especialista na cultura Yanomami, afirmou que o número de garimpeiros na região pode chegar a 70 mil – mais de três vezes o número de Yanomami, que tem uma população estimada em 20 mil indígenas.
Operação de guerra
A Terra Indígena (TI) Yanomami é a maior do país em extensão territorial e sofre com a invasão de garimpeiros. A contaminação da água pelo mercúrio utilizado no garimpo e o desmatamento impacta na segurança e disponibilidade de alimento nas comunidades.
“O presidente determinou que todas essas ações sejam feitas no menor prazo, para estancar a mortandade e auxiliar as famílias yanomami”, informou a Presidência, em nota.
Para combater o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região, devem ser adotadas iniciativas que impeçam o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos.
O encontro contou a presença de:
José Múcio (Defesa);
Rui Costa (Casa Civil);
Flávio Dino (Justiça);
Silvio Almeida (Direitos Humanos);
Sônia Guajajara (Povos Indígenas);
Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Força Aérea Brasileira (FAB)
Joenia Wapichana, futura presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
Segundo reportagem divulgada pelo portal UOL, o Executivo federal planeja remover entre 20 e 40 mil garimpeiros e acabar com a exploração do ouro ilegal em território amazônico.
Denúncias
Embora entidades indígenas e órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) já denunciem a falta de assistência a essas comunidades há muito tempo, agora, com a posse do presidente Lula, o governo federal está implementando medidas emergenciais para socorrer os yanomami.
A última delas, nesta segunda-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um grupo de trabalho que deverá apresentar propostas de ações a serem implementadas pelo governo federal a fim de combater a ação de organizações criminosas em terras indígenas, incluindo o garimpo ilegal.
Com informações do UOL, Ag.Brasil, Fórum e Estadão – Foto: Garimpo ilegal em Marabá, no Pará. — Foto: Warley de Andrade/TV Brasil e Vitor Moriyama/ISA