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Professor de Columbia sugere que Bolsonaro não está morto politicamente

Professor nos Estados Unidos e na França, Miguel Lago postula que, se não se tornar inelegível, Bolsonaro pode voltar ao jogo político, como opositor a Lula e candidato em 2026

Publicada em 19/01/23 às 10:46h - 20 visualizações

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Professor de Columbia sugere que Bolsonaro não está morto politicamente
 (Foto: Rádio Rir Brasil Amazonas - Direção:Eneida Barauna e Ronaldo Castro - 92 98607-0010)

No dia 16 de maio de 2021, o Jornal Opção publicou um editorial, sob o título de “Cientista político sugere que só populismo pode derrotar Bolsonaro”. O texto foi construído a partir de um artigo do cientista político Miguel Lago publicado na revista “Piauí”.

Professor da Universidade Columbia e da École d’Affaires Publiques Po Paris, Miguel Lago publicou um ensaio com o título de “Batalhadores do Brasil…”, e com o subtítulo de “só a reencarnação de Getúlio Vargas pode derrotar Bolsonaro”.

De fato, Miguel Lago, ao contrário de alguns cientistas políticos mais engajados (não souberam perceber a força eleitoral de Bolsonaro) — na política, e em sua interpretação, um grande equívoco é confundir desejo com realidade —, estava certo. Só mesmo Lula da Silva, populista de esquerda, poderia, como pôde, derrotar Jair Bolsonaro, populista de direita.

Miguel Lago: o cientista político que previu que só um populista, Lula da Silva, do PT, poderia derrotar outro populista, Jair Bolsonaro, do Progressistas | Foto: Reprodução

Lula da Silva obteve 60 milhões de votos, contra 58 milhões de Bolsonaro — uma diferença de 2 milhões. Pequena, portanto. Ficou patente que dois populistas, de direita e de esquerda, dividiram e conflagraram o país. A vitória do petista prova sua força, é certo. Mas a derrota de Bolsonaro não denota fraqueza. A impressão que se tem é que o político da direita não percebeu, por não ter assimilado a derrota, que há uma possível “vitória” na sua perda. Basta capitalizá-la.

A esquerda vai trabalhar, doravante, para conseguir a inelegibilidade de Bolsonaro. Por que ele cometeu uma série de erros, como o retardamento da vacinação que resultou em milhares de mortes? Também, mas não só. Na verdade, o que o petismo e seus aliados, inclusive na Imprensa, querem é, desde já, inviabilizar o nome da direita para a disputa de 2026.

No dia 2 de janeiro deste ano, Miguel Lago concedeu uma entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, feita pelos repórteres Davi Medeiros e Eduardo Kattah, que vale a pena ser lida e comentada. De novo, sua argumentação é heterodoxa, e menos ideologizada do que várias outras análises.

Miguel Lago sublinha que o bolsonarismo, mesmo com Bolsonaro fora do poder, não vai perder “oxigênio”. “Existe uma resiliência muito grande do bolsonarismo. Realmente ele conseguiu algo extraordinário, que foi conquistar corações e mentes na sociedade. O bolsonarismo é uma força política muito grande. Bolsonaro conseguiu ideologizar grande parte da sociedade brasileira, e isso é um feito único na nossa história. Claro, não tendo o governo, você perde muito de sua capacidade de pautar, vai ser difícil o bolsonarismo aprender a pautar estando na oposição. O governo é que pauta. Em termos de mobilização, vai haver um desafio grande para o bolsonarismo. Mas não acho, sinceramente, que seja um movimento que tivesse a sua força unicamente pelo fato de ser Estado, pelo fato de ser governo. A capacidade de mobilização não depende da máquina pública”, analisa o cientista político.

Arthur Lira e Lula da Silva: aliança pela governabilidade | Foto: Reprodução

(Abrimos um parêntese para falar de Jânio Quadros, que foi presidente do Brasil por menos de um ano, em 1961 — ele renunciou em agosto. Jânio era um político de direita que se travestia como de centro e com aproximações eventuais com a esquerda, como na condecoração de Che Guevara. Ele conseguiu mobilizar o país e derrotou o candidato apoiado por Juscelino Kubitschek, que havia sido um presidente democrata, modernizador e realizador. Com seu trânsito entre os vários setores da sociedade, aparentemente chegando a “iludir” a direita de Carlos Lacerda, que acreditou que poderia manipulá-lo, Jânio Quadros apostou que, depois da renúncia, voltaria nos braços do povo e dos militares. Deu com os burros n’água. Não voltou mais à Presidência. Há proximidades entre o político de Mato Grosso que se fez em São Paulo e o político de São Paulo que se fez no Rio de Janeiro. Mas há uma diferença. Ao cair, Jânio Quadros perdeu os seguidores. Tudo indica que Bolsonaro vai manter os seus, pelo menos a maioria deles. Até porque seu eleitorado, altamente radicalizado, à direita, não percebe alternativa na direita ou no centro. Portanto, Bolsonaro pode ser um fato novo na história do país… e, claro, pode não ser, pois o futuro nem a Deus pertence. O futuro “pertence”, se pertence, ao imponderável.)

Ronaldo Caiado, governador de Goiás: há espaço para ele na política nacional | Foto: Reprodução

Bolsonaro precisa do bolsonarismo e o bolsonarismo precisa de Bolsonaro. Por isso, de acordo com Miguel Lago, “sem Bolsonaro, o bolsonarismo se fragmenta. Ele é o fenômeno aglutinador do bolsonarismo. Sem ele, a extrema direita vai se fragmentar em algumas extremas direitas”. Como a entrevista é curta, o cientista político não amplia sua análise. Mas cabe a pergunta que ele não faz, nem seus entrevistadores fizeram: se surgiu espaço para um político de direita — e nem toda direita é extrema-direita —, por que outro político de direita não pode ocupar o espaço que, no momento, ainda é ocupado por Bolsonaro? Se o ex-presidente ficar inelegível, um eleitorado gigante ficará órfão, sem representação política. Portanto, há a possibilidade, não registrada pelo pesquisador, de o espaço da direita, no plano nacional, ser ocupado por um bolsonarista, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, ou por um não bolsonarista, Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás.

Os repórteres do “Estadão” dizem que Bolsonaro deixou uma azeitada máquina de comunicação, quiçá uma milícia digital — altamente funcional —, e querem saber, de Miguel Lago, se ela pode ser apropriada pelo governo de Lula da Silva.

Tarcísio Gomes de Freitas: governador de São Paulo | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

“Lula teria todas as condições, mas eu acho que a própria montagem de governo mostra que não, que ele não está aprendendo com essa forma de fazer política. Tem um elemento aí, que o Bolsonaro soube usar justamente sua força eleitoral como uma maneira de não ceder a certas pressões político-partidárias. O Lula, pela montagem dos ministérios e a entrega de pastas importantes e absolutamente estratégicas nas mãos de partidos completamente descompromissados com o futuro do País, está recorrendo ao presidencialismo de coalizão que a gente sempre viu, muito mais do que um governo do PT. Vários ministérios estratégicos foram entregues por uma questão de loteamento político”, disserta Miguel Lago.

O cientista político, como os políticos, precisa ser realista. Há dois problemas na análise de Miguel Lago. Primeiro, ao contrário do que diz, o governo de Bolsonaro, longe de absorver, acabou absorvido pelas “pressões político-partidárias” do Centrão. O orçamento secreto é filho da cornucópia entre a gestão de Bolsonaro e os representantes do Centrão, como o senador Ciro Nogueira, os deputados federais Arthur Lira e Ricardo Barros e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Claro, o Centrão não sequestrou inteiramente o governo de Bolsonaro, mas passou a, em parte, controlá-lo. A federação informal de partidos contribuiu para moderar o governo de Bolsonaro, dando-lhe governabilidade — o presidente tinha horror à palavra impeachment — e o tornou mais fisiológico.

Segundo, quem está na Presidência da República, como Lula da Silva, tem de lidar com problemas reais, e não com ideias — às vezes bonitas mas impraticáveis — de como evitar certos acordos políticos. Miguel Lago critica o “presidencialismo de coalizão”, mas, no mundo real, é ele que garante a governabilidade.

Por fim, talvez Miguel Lago esteja equivocado ao dizer que “vários ministérios estratégicos foram entregues por uma questão de loteamento político”. Os mais estratégicos, inclusive o que controla o caixa geral, ficaram com o PT — a começar do Ministério da Fazenda (cujo verdadeiro titular é Lula da Silva, com Fernando Haddad sendo seu representante direto). O Ministério do Planejamento ficou com Simone Tebet, do MDB, que nada tem de fisiológica.

Ao analista de política cabe entender que um presidente tem de lidar com questões reais, rapidamente, e tem de negociar, politicamente, com as pessoas que existem — que são as possíveis, e não as ideais (que, a rigor, não existem em grandes proporções, em termos políticos. Abraham Lincoln montou seu ministério com um time de rivais, de seu partido e da oposição, com o objetivo de governar).

Ao analisar o populismo, Miguel Lago manda bem, como dizem os jovens. No populismo, frisa, há a “dicotomia de divisão da sociedade entre povo e elite, isso é constante. Tanto Lula quando Bolsonaro dividem a sociedade entre povo e elite, o povo sendo uma coisa boa e a elite, uma coisa ruim. Só que as elites que Bolsonaro denuncia são, na realidade, as elites intelectuais, culturais e administrativas. Para Bolsonaro, o povo é quem é ‘cidadão de bem’ nos moldes dele, e tudo que não é cidadão de bem seriam as elites, os maus. Os dois são populistas, mas com graus diferentes, e a significação do que é povo e elite é muito diferente”.

Há uma diferença não apontada por Miguel Lago. Bolsonaro flertou com a ditadura por vários momentos, mas, como não conseguiu o apoio das Forças Armadas, acabou pautando-se por um comportamento democrático (estranho, mas democrático). Será que Bolsonaro não avançou, na questão do golpe, por ter receio de que, uma vez dado o golpe, os militares poderiam ter se assenhorado do poder? Como ele desconfia de tudo, de tão envolvido que é com teorias da conspiração, é possível que não confiasse nem mesmo nos militares que o apoiavam.





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