por Luis Nassif, no Jornal GGN
Na Fazenda, não há ninguém mais capacitado que Haddad, por Luis Nassif
A vantagem de Haddad é pensar de forma compartilhada, criativa, sempre buscando soluções para problemas concretos
Na minha cabeça, poucas certezas são tão sólidas quanto a necessidade de Lula indicar Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda.
Há muitas razões para isso.
A mais relevante é que a quadra atual da economia exigirá simultaneamente:
Inovação.
Capacidade de juntar diversas peças para montar o jogo.
Racionalidade para explicar esses movimentos para mercado, empresas e trabalhadores.
A vantagem de Haddad é pensar de forma compartilhada, criativa, sempre buscando soluções para problemas concretos. A formação em direito, economia e filosofia dotou-o de um pensamento multi-setorial, da capacidade de juntar peças distintas para buscar a solução final.
Alckmin anuncia núcleo forte da transição, econômico e social, e não martela PEC
Há três anos, Lula conquistava o direito de inocência
Por exemplo, a retomada do crescimento exigirá políticas de crédito inovadoras, seja para investimento, para inovação, para infraestrutura ou startups.
O crédito público não dará conta do recado. Daí a necessidade de que opere como indutor do crédito privado. Há várias maneiras de se avançar nessa frente, o crédito garantidor (o Estado repartindo parte do risco do setor privado), a capacidade de compra do Estado, o aproveitamento da capilaridade dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), tudo isso exigirá, do lado da Fazenda, soluções inovadoras. E do lado dos Ministérios operacionais – Indústria e Comércio e Planejamento -, Ministros criativos, que atuem junto e sob a batuta da Fazenda.
No âmbito da política monetária, as operações compromissadas, o controle da liquidez com títulos do Tesouro e outras extravagâncias, exigirão soluções criativas que tirem esse peso da rolagem da dívida pública.
Da mesma maneira, o comércio regional terá que avançar com soluções tipo moeda única, da forma desenhada por Haddad e Gabriel Galípolo.
Todos esses passos e soluções exigirão rigor analítico, capacidade de construção de soluções sólidas, argumentos para defendê-las perante a opinião pública.
Há alguns sinais no ar de que Lula não se limitará a ser apenas o presidente da República. Será cada vez mais requisitado para liderar a grande frente civilizatória internacional contra a barbárie da ultra-direita. Daí a importância fundamental da escolha dos Ministros e da sincronização destes com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Nessa estrutura, haverá, mais do que nunca, a necessidade dos ministros articuladores que atuem não apenas no âmbito de suas atribuições, mas que sejam faróis nas reuniões ministeriais.
Haddad é a pessoa.