Henrique Meirelles foi questionado sobre o tamanho do possível rombo fiscal do governo Bolsonaro. O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles apontou que o prejuízo será quase três vezes maior do que o estimado pelo Governo Federal. “Na minha avaliação, o tamanho do buraco deixado é mais próximo de R$400 bilhões, estimado por entidades independentes, do que dos R$ 150 bi que o governo está falando”, disse em entrevista à GloboNews.
Meirelles afirmou ainda ver a necessidade de “excepcionalidade” para acomodar o orçamento, criando . "Uma reforma administrativa bem feita,criando novas regras para o arcabouço fiscal por exemplo, fechando estatais que já deixaram de existir há muito tempo. Limpar essas despesas desnecessárias para abrir espaço para investimentos”, complementou.
O ex-ministro avaliou como os furos no teto desmoralizam a atual política fiscal do país. “Me perguntaram se o teto de gastos estava desmoralizado, eu digo 'não'. O que está desmoralizado é a presente política fiscal que não seguiu o teto de gastos, por isso nós temos um risco Brasil elevado”. Segundo ele, é preciso reavaliar todas as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) aprovadas nos últimos meses para reajustar as regras fiscais.
O economista, que declarou apoio à campanha eleitoral Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que a posição foi tomada com base nos resultados econômicos de sucesso dos dois governos anteriores do petista, e que essa experiência será repetida caso Lula seja eleito no próximo domingo. “A minha experiência com ele me dá muita confiança de que ele vai voltar a repetir uma experiência de sucesso, que foram aqueles anos de governo dele", declarou.
O mercado aposta no anúncio de Meirelles como ministro da Economia de governo de Lula. Questionado se aceitaria o convite para participar da pasta econômica, Meirelles voltou a dizer que não toma decisões com base em hipóteses, deixando a resposta em aberto.